Telenovelas...

07-07-2016 23:25

    Houve um tempo em que o país parava para ver TV. Era o Telejornal, das 8, das 20 para ser mais precisa, essencial para saber as novas do dia, numa era quem que não era possível ver em direto um qualquer sinistro ou infortúnio do outro lado do globo. Aguardávamos o dia inteiro para conhecer as novidades, mais ou menos frescas, do que ia acontecendo lá longe, no mundo.

    A seguir vinha o momento alto do dia, verdadeiro horário nobre, com as novelas da Rede Globo. Todos as víamos, todos conhecíamos a Escrava Isaura, linda e branca, enredada numa trama que a mantinha cativa na sua própria casa. Reconhecíamos também um jovem Lima Duarte como o Salvador da Pátria, ou mais maduro como o “coroné” Sinhozinho Malta. Ríamos com as peripécias de humanos e vampiros da novela Vamp e acarinhávamos a hilariante Tancinha (Cláudia Raia) e os “melão” de Sassaricando. Assistimos a “Guerras dos Sexos” e todos torcíamos pela Viúva Porcina, mais tarde a Rainha da Sucata.

    E tudo parava mesmo para ver a RTP! Só havia essa, e chegava! E no dia seguinte comentávamos as histórias, todos estavam na mesma onda de conhecimentos, havia o que falar. Hoje é tudo um drama. Ela não vê nenhuma novela regularmente, mas nos zappings ou apresentações que vislumbra, só se depara com mortes, gente vil até com os filhos, gritos, esquemas, riqueza excessiva ou pobreza mal retratada. A vida é já tão real e dura, porque é que a TV, as novelas que deviam distrair e abstrair, ainda o é mais? Não sendo saudosista, recorda estes tempos com nostalgia. Íamos para a cama mais animados com as personagens com que vivíamos diariamente e não angustiados porque houve mais acidente, ou mais um amor, supostamente eterno, se desfez… Enfim, já fomos assim, agora somos desta maneira!

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