Ser professor/a!

29-04-2016 11:21

    Ela é professora há praticamente 21 anos. Ensina alunos, forma-os, prepara aulas, atualiza-se, vai a ações de formação, preocupa-se com o futuro dos alunos e o seu contexto socio familiar, na medida em que condicione ou potencie o seu desempenho escolar. Elabora testes, faz os respetivos critérios de correção, aplica-os aos alunos, corrige-os, avalia-os nas componentes escrita e oral. É diretora de turma e faz os possíveis por auxiliar “os seus” meninos e meninas nas ocorrências do dia a dia, conversa com os encarregados de educação, media conflitos, entre tantas outras tarefas inerentes a este cargo. Formou-se numa universidade, tem o diploma, porque, estudando mais ou menos, como qualquer ser humano, se esforçou para tal.

    Onde dá aulas? Escola pública, escola com contrato de associação, etc… Será isso assim tão relevante? Os alunos em A. são iguais aos do resto do país, não pagam para estudar na “sua” escola, como os outros não pagam em nenhuma outra do estado. Ela tem as mesmas qualificações, quiçá mais, cada um saberá de si, que os colegas do ensino oficial. A escola dela tem as mesmas valências, serve o mesmo propósito que toda e qualquer escola em Portugal. A escola dela tem financiamentos, com certeza, como têm todas as escolas do país. Ela e os seus colegas também são pais, também pagam impostos e descontam para o estado, como apraz a uma nação democrática e de igualdade de direitos e valores.

    É por isto que ela, e os seus colegas de todas as escolas ditas, erradamente, “privadas”, advogam o direito de escolha. Os pais que colocam os seus filhos numa determinada escola, seja de que tipo for, fazem-no com a consciência de que aquele local lhes dará a melhor formação integral possível! É isto, tão-somente isto! Que cada um escolha onde colocar os seus filhos e que cada profissional o seja verdadeiramente, na escola pública de qualidade ou nas escolas com contratos de associação e afins, de qualidade, sim, muita.

    Questões legislativas não importa agora explicar, até porque nem ela domina todos os meandros deste questiúncula e nunca advogou que a sua escola é melhor que as outras, apenas por ser “colégio”. Para si é! Cabe a cada um saber de si. Informemo-nos sobre o que são os colégios, antes de opinar. E sejamos solidários, na classe profissional, porque sim, somos todos professores, e como pais e educadores que optam por aquilo que acreditam ser adequado para os seus.

    Liberdade de escolha, é a isto que tudo se resume.

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