Verão sem sol. No fim de semana queda de precipitação prevista… A ela isso não incomoda particularmente, não tem planos.
Quem viajava para a Malásia sim, teria planos. Férias, dias de lazer ao sol, talvez pensados há muito e preparados com poupança e desvelo.
Negócios, reuniões a realizar, tempo que não pode ser perdido, cidades das quais talvez apenas se conheçam os aeroportos, decisões tomadas e regresso ao escritório envidraçado de um qualquer arranha-céus.
Crianças ao colo, na proteção dos colos maternos, incomodadas pelo som da descolagem, mimadas com lápis de cor e desenhos fornecidos pelas diligentes assistentes de bordo.
Gente que gosta de voar, que sempre sonhou poder fazê-lo, outros que receiam, outras que não o pediram, outras ainda que já nem nisso pensam. E de repente, pela estupidez humana que nos faz pensar que somos Deus e podemos decidir quem é ou não nosso inimigo, deixam de ser. Existência física terminada e o mundo a pasmar, impotente.
E apesar disto e muito mais, a vida anda, prossegue… talvez ela afinal tenha planos.
