Elevador...

23-08-2014 22:57

    Já todos passamos por aquele sublime momento em que, após algum enervante tempo de espera, que na realidade muitas vezes são apenas uns segundos, a porta do elevador abre e chegamos ao destino. E lá avançamos nós para sair. Mas à medida que as entradas deslizam damos de cara com pessoas que apressadamente querem entrar, não vá aquela máquina estranha devorá-los, entalando-os entre as presas, vulgo portas. Será assim tão difícil discorrer que seria mais fácil deixar sair quem ainda lá está? Questão de lógica e de civismo básico.

    Vá-se lá saber porquê, mas andar de elevador é das atividades mais confrangedoras do dia a dia. Provavelmente porque ali se ouve tudo o que possamos dizer, se sentem todos os aromas exalados pelos corpos presentes e há uma proximidade inusitada e desconfortável com seres incógnitos. Numa altura de verão, (algum) calor e muitos passeios descontraídos, é ver as pessoas a silenciar as mais ou menos acaloradas conversas com quem os acompanha ao entrar neste espaço. Nunca as paredes de um lugar foram tão observadas, tudo numa tentativa de evitar contato ocular com quem nos acompanha na viagem. E pronto, quando saímos lá continuamos as conversas alegremente e vamos à nossa vida. É engraçado este processo, principalmente em locais apinhados de gente em agosto. Ela, pelo menos, diverte-se a observar!

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