O Rui Patrício foi aluno dela. Sim, o rapaz, agora homem, frequentou a escola, teve professores, e ela foi uma das que o ensinou. Pensa ela que lhe deu Português e Inglês, isso é detalhe que já lhe escapa tantos anos depois. Foram as duas, ou uma das duas. Foi professora dele no Colégio Dinis de Melo, onde o Rui iniciou o quinto ano e esteve até ao sétimo, altura em que ingressou na Academia do Sporting. Já jogava futebol e ela recorda um miúdo sossegado, num blusão de penas Adidas (ups… publicidade), de cor que se lhe esvaiu da memória.
Ela gosta de futebol, não tem clube, mas a seleção, isso sim, é “aquela coisa”. E hoje ao ver aquele miúdo defender um penalti o orgulho nele, neles todos, sobressaiu. Tem um orgulho enorme em ser professora, mesmo dos que a acham má, refilona, chata, sabe lá ela. Todos acharão algo!
Não o sente, o orgulho, apenas pelo Rui e muito menos por ele ser conhecido, mas porque o teve na sua sala de aula. Sente-o pelo F. que é divino a dançar, pela C. que canta maviosamente, pelo H. que defende o país, pela V. que é agora enfermeira, pela S. que trabalha num bar, por todos aqueles de quem se recorda e que vai encontrando. E hoje, e sempre, e apesar de tudo e tudo e mais ainda tudo o que envolve dar aulas, esta é a profissão que adora. Não era necessário, mas hoje relembrou-o!
