Educação, respeito, civismo... tudo isto ou falta de tudo isto!

09-02-2017 19:46

    Hoje o J., pai do filho dela, colocou no mural do seu Facebook uma publicação que dizia: Felicidade é quando você percebe que os seus filhos se tornaram excelentes pessoas. O J. e ela serão, quiçá, suspeitos para assim falar, uma vez que o filho é deles e consideram que fizeram um bom trabalho com a sua educação. A consciência disto é um descanso moral incontornável e uma segurança de que, não obstante as veleidades da idade ou de alguma situação inusitada, o filho se encontra apto a ser cortês e polido com qualquer pessoa.

    Diariamente ela lida com dezenas de alunos. A educação não é ela quem tem que dar, essa tem que vir de casa. Ela esforça-se por dar instrução. E no processo de lidar com eles acaba por repreender, por formar, faz o que pode ou acha que deve para ajudar a que se tornem homens e mulheres corretos.

    Eles são crianças, adolescentes, gente que, com mais ou menos valores morais, está em formação. O que a ela a desconcerta são os adultos. Aqueles que se acham donos e senhores de si e que, entre muitas outras coisas de que agora não lhe apetece falar, quando se veem dentro das suas casas, consideram que podem agir como lhes aprouver nos domínios do seu reino. E sim, em casa temos de ser como somos, fazer aquilo que nos der na cabeça, sermos nós. Desde que isto não avilte os direitos dos outros. Certo, as construções não prestam, os prédios não isolam o som de apartamento para apartamento e tudo de ouve! Mas o respeito, o cuidado, o civismo para com o próximo devem imperar… Independentemente da hora, será que temos que levar com o stereo alheio em potência máxima? A qualidade do som é algo discutível, de gosto muito pessoal, mas o volume não. E estar em casa não significa que não tenha que se trabalhar, corrigir testes, preparar aulas, ou simplesmente não fazer nada. E para tudo isto o som de findo deve ser escolhido por nós e não pelos vizinhos que, quando nos dirigimos à sua porta e tocamos à campainha, simplesmente fingem não nos ouvir. Isto independentemente da cadela dar sinal, ladrar e se plantar do outro lado a respirar ofegantemente… Está bem, ela vai tentar acreditar que não ouviram a campainha… curioso é o som ter diluído até à inexistência depois dela ter insistido…

    Para ela é aviltante ter que sair de sua casa para alertar os vizinhos. Pode ser do feitio dela… gosta pouco de falar ao telefone e mesmo que haja quem não acredite, é envergonhada e tem dificuldade em falar com estranhos. Por isso, para si, ir assim tocar à campainha dos vizinhos para lhes pedir apenas um pouco de civismo e consideração é algo aviltante. E não é ela que está errada. Errado é ter que “educar” adultos, chamar-lhes à atenção para algo que devia ser elementar. Pelo menos é assim que ela pensa, é isto que ensina ao filho, a respeitar-se a si e aos seus desejos e vontades, mas a respeitar também os outros! E é possível coordenar tudo, assim queira os crescidos em tamanho e idade!

Contactos