Carta a agosto!

15-08-2015 22:14

    Desculpa agosto. Ela não gosta lá muito de ti. Não te odeia, não fiques preocupado. Simplesmente não és o seu preferido!

    Não és tu, é ela! Ela até deveria adorar-te ou, pelo menos, gostar mais de ti. Sim, são as suas férias. Sim, tens dias lindos e com sol, às vezes, em anos benéficos. Sim, tens mar azul-esverdeado, areia cálida, doirada. Sim, possuis esplanadas prenhes de risos, gente bonita e descontraída, sem horários, com preocupações suspensas por dias de lazer. Sim, tens passeios agradáveis, atividades excitantes, descanso prazeroso.

    É mesmo ela. Tem alguma dificuldade em preencher as tuas horas languidas, sem rotina, sem despertadores ou horários definidos. Não que não tenha que fazer, mas parece que os minutos se reproduzem em tempo de ripanço, pelo menos quando se está a fazer isso mesmo: repousar. A mente foge, divaga. Há mais tempo para se fazer aquilo de que se gosta, mas também para que a mente divague, para que seja povoada de pensamentos que em dias de ramerrão não encontram espaço para tal. Ela é inquieta, talvez seja isso. Como te disse, a “culpa” é dela. Olha lá, podias estar mais dividido pelo ano todo, não? Certo, não dá para isso, ela está só a desejar.

    Certamente algures por esses meados/finais de outubro estará já cheia de saudades de ti, desejando que chegue prestes o teu natalício irmão dezembro. Mas agora em que até estás a chover, a refrescar o teu céu que deveria estar mais aberto e azul, ela sente isto. Amanhã, ou depois, quando estiver na praia a bronzear, ou algures a viver sortes, já vai gostar mais de ti! Não és tu! É ela. Desculpa agosto!

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