14 anos...

30-08-2016 09:51

    Aos 14 anos ela e as amigas e amigos percorriam as ruas do bairro onde morava com as brincadeiras e palermices próprias de quem ainda não deixou de ser criança. Jogavam ao “mata”, numa rua onde quase só passavam os carros de quem por ali vivia, andavam de bicicleta, brincavam em casas construídas com terra e pedras dos passeios. Não recorda já bem tudo, mas ainda haveria bonecas envolvidas, jogos de escondidas e apanhada, loucinhas de plástico e riso, muito riso. 

    Hoje a chusma de notícias envolvendo jovens adolescentes é inacreditável. Crianças que agridem outras com soqueiras, meninos birrentos que acometem outros quase só porque sim. Muitos desfilam pelas ruas dos seus bairros com namoradas, fumam, bebem, num país onde a venda destes produtos lhes está vedada. Ondes estão os responsáveis por tudo isto? Onde estão os educadores destes jovens? Quem vende álcool, tabaco, drogas a estas crianças? Quem acha perfeitamente normal que saiam de casa e por lá andem até altas horas, a fazer sabe-se lá o quê com os amigos? Como é possível “odiarem” tanto alguém que se agridem e matam de forma completamente displicente?

    Sim, é verdade que a violência sempre esteve presente, em todos os tempos, no dela e no deles. Cenas de pancadaria iam acontecendo. Mas hoje não há inocência, não há infância. É como se largassem as fraldas e fossem à vida deles, uma vida “solta” e irresponsável, a avaliar pelo que se vai vendo e conhecendo.

    Aos 14 anos começam paixões, há namoricos, não ligações para a vida ainda, apesar de as bases estarem a ser lançadas. Há necessidades de alimentação, carinho, mimo dos pais, sim, muito amor, tudo aquilo que forma um ser humano completo. E estes jovens por ai andam, em bandos, a querer ser aquilo que eles acham que é ser adulto, a vingar amores e amizades, a experienciar tudo num curto espaço de tempo. É triste que assim seja, desta forma aparentemente desregrada. Sim, porque apenas podemos avaliar aquilo que nos é dado conhecer pela comunicação social. É duro ouvir todas estas notícias, ver as repercussões de atos impensados. Cresçam, mas devagar, por etapas, por favor…

Contactos