A festa de bairro mudou para a quinta!

02-10-2016 02:00

    A festa do Bairro das Almoínhas (gente há que escreve Almuínhas) sempre foi no primeiro fim de semana de outubro. Ela, as irmãs, as amigas, os miúdos e miúdas das redondezas afadigavam-se em ir ao festejo, ver a procissão, ver os ranchos, cantar com os duetos de organista e cançonetista, comprar rifas na quermesse que se consubstanciavam em artefactos interessantíssimos, quiçá úteis, de plástico, barro e afins, enfim, de viver o ambiente de uma festa de “aldeia”.

    Hoje a festa deslocou-se para o bairro vizinho, a Quinta do Alçada, onde foi construída uma igreja maior, num terreno que para ela, há 40 anos atrás, foi espaço de piqueniques, jogos e corridas em pés descalços, de recolha de grilos que eram colocados em garrafas de plástico. Hoje ali há casas, muitas, pessoas de variadas origens, é um pulsante povoado, com vida própria.

    Polémicas e desentendimentos bairristas à parte, a festa dela, a do bairro, agora é ali. Hoje ela “voltou” lá, com amigos, depois de um mais que agradável repasto em casa da R. Foram à festa ver e ouvir o concerto da banda contratada. Os sons da banda de covers, uns mais que outros, transportaram-na para “o seu tempo”, para uma fase de “final countdowns” e longos cabelos a abanar furiosamente em modo roqueiro e sonoro.

    Aquela já não é a sua festa, a festa da sua meninice. Aquela não é a igreja onde fez as festas da catequese nos seus vestidinhos bejes e alvos. Ela já não é criança, já não faz pate do grupo de jovens. Mas foi muito bom ir ali, estar com as R’s, as C’s, o N e o A (amigo da R de quem ela distraidamente não se despediu ao vir embora…). Os sons são ouvidos e vividos de outra forma, os corpos movem-se com o ritmo descomprometido de um sábado, de quem está a divertir-se, as barrigas doem de tanto rir. E sim, nós divertimo-nos! E ela teve saudades do que já passou, sorrindo ao que se vai passando!

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